Esse hábito tem um nome: coprofagia. Existem muitas teorias sobre isso. Alguns especialistas acreditam que a coprofagia é um mecanismo de sobrevivência que ajudou cães selvagens a obter nutrientes, mesmo quando não conseguiam encontrar comida de verdade. Outros entendem que é uma maneira de os cães consumirem enzimas digestivas que os ajudam a decompor os alimentos que comem.
O fato é que é um hábito ancestral que está na memória da espécie. Imagine que os cães caçavam para se alimentar e não ficavam separando o cocô das vísceras de suas presas, como os humanos fazem quando querem separar o champignon do strogonoff.
Para esses dogs essa era uma refeição perfeita: cocôs deliciosos repletos de conteúdo proteico.
Hábito maternal na criação de filhotes. Filhotes recém-nascidos e jovens precisam de estímulo para urinar e defecar. Mães de filhotes lambem o traseiro de seus bebês para limpá-los e incentivá-los a ir ao banheiro A mamys também pode comer o cocô dos filhotes por conta do instinto de manter o ninho limpo para minimizar os odores que poderiam atrair predadores. Assim como os bebês humanos, os filhotes exploram o mundo com a boca. Eles podem comer cocô porque está lá e cheira a comida. Eles também podem ver esse comportamento de suas mães e imitar seu comportamento.
Explorando o mundo. Os cães geralmente investigam onde outro cão urinou ou defecou como parte de seus métodos de comunicação. Bolos fecais são tentadores para alguns cães devido ao odor, sabor e/ou textura. É como você olhando uma vitrine cheia de brigadeiros ou pudins. Você fica com vontade de comer o doce. Ele de comer cocô. Gosto não se discute (rsrs).
Concorrência. Alguns cães em ambientes de grupo podem ser competitivos em seu comportamento. Essa competição pode envolver a ingestão de fezes seja dos outros ou a própria.
A coprofagia pode afetar qualquer idade ou raça de cachorro. Além dos hábitos ancestrais aqui citados, também podem ter causas clínicas ou comportamentais.
Como tratar?
Isso depende se o problema é fisiológico ou comportamental. Os problemas fisiológicos devem ser tratados adequadamente por um médico veterinário e as deficiências alimentares devem ser corrigidas com uma dieta balanceada ou outros protocolos que serão recomendados mediante investigação e diagnóstico.
Causas comportamentais devem ser identificadas por profissionais especialistas em comportamento e lembrando: não tem receita de bolo. O que funciona para um dog não funciona para o outro pois cada um tem uma história, uma individualidade e uma realidade na casa de seus respectivos humanos. Essa será a primeira coisa que o profissional focado em correção de comportamento vai precisar entender.
Manter seu cão saudável envolve mais do que apenas vaciná-lo e alimentá-lo. Também implica em oferecer oportunidades para que ele exercite o corpo e o intelecto. É preciso consistência. Os cães adoram seguir rotinas. Quanto menos surpresas para o cão, mais previsível e menos estressado ele será. E tanto melhor a relação com você, humano.
Reserve um tempo para garantir que seu cão receba atividades adequadas e, assim como você limita sua exposição aos doces enquanto está de dieta, limite a exposição do cão às fezes. Será um bom começo. Controlando o horário da alimentação você saberá o horário do cocô. Sem cocô à disposição, sem coprofagia.
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